A primeira Bienal do Livro do Paraná, prevista para outubro em Curitiba, foi cancelada após uma série de impasses na organização. A produtora responsável, Cocar Produções, anunciou o adiamento para 2026, alegando “questões logísticas e climáticas”. O anúncio encerra semanas de incertezas marcadas por cancelamentos de convidados, trocas de local e falta de transparência.
Anunciada como uma das principais feiras literárias do Sul do país, a Bienal enfrentou uma série de contratempos antes mesmo de começar. A mudança repentina do local, do Viasoft Experience para o Jockey Club do Paraná, acendeu os primeiros sinais de alerta. Em seguida, autores como Pedro Bial, Thalita Rebouças e Sérgio Rodrigues cancelaram suas participações, e outros nomes divulgados na programação afirmaram não ter sido oficialmente convidados.
A situação se agravou com a demissão da assessoria de imprensa, o atraso na montagem de estandes e a falta de informações sobre reembolsos de ingressos, que continuaram sendo vendidos até o anúncio do cancelamento. Segundo o portal Plural, houve também relatos de uso indevido de nomes e parcerias em materiais de divulgação, além de dificuldades de comunicação com fornecedores e artistas.
Nos bastidores, participantes e ex-colaboradores apontam problemas financeiros e falhas na gestão como principais causas da crise. Apesar das declarações oficiais, a Cocar Produções não detalhou se haverá reembolso integral aos expositores nem apresentou um plano concreto para a edição prometida em 2026.
O episódio deixa em aberto o futuro da Bienal e levanta questões sobre a sustentabilidade de grandes eventos literários no Brasil, especialmente em um cenário no qual editoras independentes e pequenas produções são fortemente impactadas por cancelamentos e mudanças de última hora.