A produtora brasileira Mirar Lejos apresenta o documentário Múltiplos: os percursos literários de Frei Betto, que estreia no dia 17 de outubro, às 19h, no Cinemarquise, em São Paulo. A sessão é voltada a convidados, e o filme estará disponível gratuitamente nas plataformas digitais da produtora Mirar Lejos a partir de 7 de novembro.
A produção investiga as diversas dimensões da escrita de Frei Betto, autor de romances, contos, ensaios e literatura infantojuvenil, e propõe um olhar sobre a literatura como instrumento de reflexão política e transformação social. Entre arquivos, depoimentos e registros contemporâneos, o documentário destaca o impacto de sua obra na formação do pensamento crítico e na defesa dos direitos humanos no Brasil.
Com direção de Evanize Sydow e Américo Freire, Múltiplos é o segundo filme de uma tetralogia documental que busca revisitar o legado plural do frei dominicano, conhecido por sua atuação como escritor, educador popular e ativista. O primeiro título da série, A cabeça pensa onde os pés pisam (2024), abordou a trajetória de Betto na educação e foi exibido em eventos como o Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano e a Mostra de Cinema de Ouro Preto.
Em depoimento, o professor e pesquisador Bernardo Buarque de Hollanda define o filme como “um documentário de envergadura internacional”, capaz de traduzir a multiplicidade do autor e de situá-lo em diálogo com diferentes tradições literárias e políticas.
Ao dedicar-se à dimensão literária da obra de Frei Betto, Múltiplos também se insere em um movimento mais amplo de preservação da memória intelectual e cultural brasileira, especialmente em um momento em que a literatura independente e os registros audiovisuais de baixo orçamento têm assumido o papel de documentar trajetórias fora do circuito editorial dominante.
A Mirar Lejos, produtora responsável pelo projeto, atua nos campos da cultura, direitos humanos e comunicação, com foco em narrativas que ampliam a representação de vozes e experiências marginalizadas. A proposta reafirma o valor da produção cultural autônoma como ferramenta de resistência, uma perspectiva que ecoa, de diferentes formas, na própria literatura de Frei Betto.